quarta-feira, 30 de março de 2011

300



Segundo o dramaturgo e poeta irlandês Oscar Wilde, a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida. Seria isso verdadeiro? Talvez não quando se fala em obras da sétima arte. São inúmeros os filmes referentes a eventos históricos importantes da humanidade. Um dos mais importantes (senão o mais) para a compreensão do mundo que vivemos, se deve a união de poucas centenas de homens que travaram uma batalha suicida pelo amor às suas leis e seu povo. Em 480. a.C.,o rei espartano Leônidas liderou seus homens, juntamente com téspios e outros soldados gregos, rumo à Batalhas das Termópilas contra os persas liderados pelo rei Xerxes. Apesar da derrota brutal diante do exército oriental nesse confronto, Os gregos conseguiram causar um grande impacto sob as tropas de Xerxes, matando dois de seus irmãos e enfraquecendo enormemente a força invasora, onde em posteriores batalhas, os persas foram facilmente derrotados. Importante lembrar que graças a essa batalha, Atenas foi preservada. Cidade que poucos anos mais tarde seria o principal centro cultural e intelectual do ocidente e o berço de filósofos como Sócrates e Platão, bem como da civilização ocidental. A união dos soldados gregos nesse conflito inspirou muitos artitas como o poeta grego Simónides de Céos, que escreveu um famosíssimo epitáfio que foi colocado no local onde a batalha se travou, e que dizia o seguinte: “Estrangeiro, vai contar aos Lacedemônios que jazemos
 aqui, por obedecermos às suas ordens.”
Essa batalha também inspirou obras cinematográficas. O primeiro filme, Os 300 de Esparta, foi produzido em 1962 baseado em um roteiro de Gian Paolo Callegari, Remigio Del Grosso, Giovanni D´Eramo e com direção de Rudolph Maté. Mas foi em 2007 que 300, de Zack Snyder, faz 4 anos que estreou no Brasil e projetou a história dos gregos para o grande público. Baseado na estória em quadrinhos homônima de Frank Miller e com um elenco de peso que conta com Gerard Butler no papel de Leônidas, Lena Headey como a rainha Gorgo e Rodrigo Santoro interpretando o rei persa Xerxes, 300 passa a imagem da liberdade dos gregos antigos e de como era importante a união e bravura na cultura espartana, para que um pequeno exército de 300 homens pudesse enfrentar dezenas de milhares de guerreiros do Império Persa. O filme fez um grande sucesso em vários países, gerando mais de 450 milhões de dólares em todo o mundo e ainda recebeu vinte e sete indicações e conquistou nove prêmios. Recebeu o prêmio de "Melhor filme de Hollywood" no Hollywood Film Festival. Foi indicado a cinco categorias do MTV Movie Awards de 2007, nas categorias de "Melhor filme", "Melhor desempenho (Gerard Butler)", "Melhor revelação (Lena Headey)", "Melhor vilão (Rodrigo Santoro)" e "Melhor luta (Leônidas contra o gigante Xerxes)". Graças ao heroísmo do rei espartano e seus homens, atualmente absorvemos conceitos como democracia e cidadania, e tivemos inspiração para a realização de épicos cinematográficos sobre a batalha em que bravura e união de um povo, ajudou a moldar o mundo que temos hoje. A arte imitou a vida e não o contrário.

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