sábado, 29 de janeiro de 2011

Innersection: Inovação ou exploração?


O século XXI mal começou e já trouxe inovações tecnológicas geniais em termos de praticidade e interatividade.
Aproveitando-se disso, o mercado de filmes de surf está cada vez mais dinâmico com produtos oferecidos para exibição em cinema, TV e na WEB.
Hoje em dia assistir filmes de surf em celurares, Ipods e Ipads já faz parte da realidade de boa parte dos fissurados do gênero.
Diante desse mundo de conectividade, o diretor californiano Taylor Steele, lançou o projeto Innersection no qual videomakers e surfistas de todo mundo podem enviar seus clipes para uma plataforma na internet para serem selecionados pelo público para integrar o filme.
De todos os clipes inscritos, 20 foram selecionados e entre eles está o mais brasileiro dos uruguaios, Marco Giorgi, com um clipe produzido por Loic Wirth. Conversei com alguns diretores, jornalistas e fãs do gênero para saber a opinião de cada um em relação ao projeto de Taylor. O diretor australiano Kai Neville (Modern Colective), acredita que é uma excelente oportunidade para se conhecer novos talentos e que existem muitos videomakers criativos para serem descobertos. Por outro lado, odiaria que filmes de surf no futuro fossem apenas veiculados na internet. - " Eu espero que sempre exista um público que queira assistir filmes em telas grandes e não somente na web" - diz Kai.
Já Gustavo Camarão, diretor de - Q 21, gosta da ideia como maneira de revelar novos talentos, porém acha que não funciona quando o público que escolhe os clipes a serem inseridos no vídeo final. Camarão acredita que seria melhor se uma comissão escolhesse os vídeos para aumentar a qualidade do projeto. Já que quando o público decide, podem existir campanhas realizadas pelos concorrentes e nem sempre os melhores clipes são escolhidos.
As críticas mais ferrenhas são do australiano, Dr. Clifton Evers, autor de Notes for a young surfer e pós-doutor em Cultura Surf pela Univerdidade de Sydney. Em seu blog kurungabaa.net, Clifton diz que quando soube do projeto de Steele se questionou se era uma piada, e continua: - Sim, faça todo o trabalho para Taylor que depois você será recompensado no futuro. Isso é exploração! diz Dr. Ervers que dispara muitas críticas de que Taylor está sem ideias e de que quer lucrar as custas da criatividade e trabalho de outros videomakers. Tudo isso com um mero retorno de ter um clipe em um projeto da Poor Specimen (Produtora do diretor californiano). Para o australiano nenhum videomaker precisa de Taylor para ter seu trabalho reconhecido. Para ele é necessário apenas que todo diretor faça um bom trabalho por si mesmo sendo independente e que se Steele quer usar vídeos de terceiros em seus projetos, deveria pagar por isso.
Na verdade os videomakers recebem um valor pelos clipes inseridos no Innersection. Segundo Marco Giorgi, seu videomaker recebeu algo simbólico pelo clipe utilizado. Entrei em contato com o Taylor para que ele respondesse às críticas do escritor australiano, mas até o fechamento da edição ele ainda não tinha respondido. Para finalizar com as críticas de Dr. Evers, o mesmo questiona quem pagaria por um filme em que todos já assistiram os clipes anteriormente pela internet. Na verdade todos os clipes foram reeditados com músicas diferentes e alguns ainda contam com imagens adicionais que não fazem parte dos clipes que concorreram no site do filme. A maioria das imagens são as mesmas, mas os clipes tem outra edição.
Críticas a parte, para a jornalista e fissurada em vídeos de surf Daniela Paiva, o Innersection é um projeto inovador, instigante e que merece a atenção do público que pratica ou aprecia o esporte. Imagens alucinantes, esportistas de primeira categoria e uma produção de tirar o chapéu.
Entre críticas e elogios cada um terá a oportunidade de tirar suas próprias conclusões em breve. Innersection chega ao Brasil em fevereiro com distribuição da VAS e venda nas surfshops. * Texto publicado pela revista Surfar, edição #17 na coluna Surfar Movies, para visualizar a revista na íntegra, clique aqui. Assista o trailer de Innersection abaixo.

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1 Comentários:

  • @Garciera

    Bom Tiago, acho que a iniciativa em si é perfeita pra quem é videomaker. As críticas são válidas quando não tem esse tom de quase ódio do Evers. A remuneração talvez não seja tão boa como o reconhecimento de você se ver fazendo parte de um projeto tão bacana como é esse, mas com certeza vale a experiência. As imagens em slow motion que a Globo fez com o programa "Nas Ondas de Noronha" foram 'ridiculamente' fascinantes, conseguir ver cada detalhe, é impressionante como a tecnologia pode ajudar tanto na melhora tanto do atleta que pratica o esporte, como pode impulsionar o esporte também, divulgando com imagens tão iradas, é difícil resistir a uma caída na água. Aloha parceiro! Abraço!

    Por Blogger Juliano D. Garcia, Às 29 de janeiro de 2011 às 23:06  

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